"não sou um intelectual, escrevo com o corpo."
Clarice Lispector

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Cheiro de menta de pipoca





Lisbela e o Prisioneiro
Lisbela e o Prisioneiro
Brasil, 2003

Para falar de Lisbela e o Prisioneiro, por mais que eu tente evitar, acabo recorrendo ao derretimento. Amo muito. Não sou a maior fã de comédias, pelo contrário, se é este gênero de filme, assim, puro, eu raramente elejo para assistir. Das comédias românticas eu gosto mais, mas quando são mais românticas do que comédia e fico bem alegre se tem uma pitada (Uma PITADA, ouviu Click?) de drama.

Agora, se for para rir, que seja do Guel Arraes. Ok, acho que ele fez quatro filmes muito parecidos, que Lisbela foi o auge e que Romance começa a denunciar a queda. Mas ainda digo que em matéria de comédia, ainda fico com O Auto da Compadecida e Caramuru e largo para lá comédias gringas.

Como já disse, Lisbela, para mim, é auge! Já começa bem: você junta o fenomenal e pote de talento Selton Melo (me admira ele não ser da família Buarque de Hollanda) com a lindeza da Débora Falabella e o maravilhoso Marco Nanine. Aí vem o do humor do Guel Arraes contando uma história que é linda. O resultado é um filme nacional que na minha lista de predileções só seria superado mais pra frente, por A Dona da História, do Daniel Filho.

Trata-se da historia de uma mocinha sonhadora que, às vésperas de seu casamento com um moço metido a moderno estudado no Rio de Janeiro, se apaixona pelo vigarista Leléu. Leléu, entretanto, está na mira do pistoleiro Frederico Evandro, disposto a matar o trambiqueiro por ter lhe seduzido a mulher.
A trilha sonora é muito gostosa. Comandada por Caetano Veloso, passa por Elza Soares e passa por clássicos nordestinos. É bem interessante. E também daria estrelinhas para a participação da bela Virginia Cavendish que interpreta uma personagem, Inaura, que eu acredito que toda mulher carrega dentro de si, variando só a maneira como uma e outra conseguem extravasar ou conter. Mas isso já são teorias de Patrícia...

Quando acaba, dá vontade de passar o dia todo cantando que o amor é filme. E dá vontade escrever em algum lugar uma fala de Leléu: “E desde então foi assim, vivo me perdendo atrás de tudo o que é bonito” ou da Inaura: “Me ame por amor a ela”.

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