"não sou um intelectual, escrevo com o corpo."
Clarice Lispector

domingo, 14 de março de 2010

Fórmula 1 - O Retorno

Ironia do destino: Shumacher fez da Fórmula 1 uma coisa chata e foi um dos principais fatores que me fez deixar o gosto pelas corridas de lado. Mas agora, tenho que confessar que o retorno do Alemão corrobora com todo o amor que estou voltando a sentir por este esporte.
Fui parando com o tempo de acompanhar e depois foi difícil voltar. Comecei a assistir só Mônaco, Brasil e mais alguma que passasse em um bom horário. Lewis Hamilton me animou a espiar um pouco, para checar qual é que era a do “jovem fenômeno”, mas ele não me agradou. E a ascensão do Felipe Massa não serviu de motivação porque sou tomada por uma enorme antipatia por ele. Ano passado, a Brawn me animava a sentar e ver uma corrida inteira, mas não  suficiente para assistir Japão ou Austrália, por exemplo.

Enfim, este ano tudo mudou. Shumacher de volta, Alonso na Ferrari, muitos candidatos ao título, muitos brasileiros na pista e o mais legal de tudo: NOVAS REGRAS! Estou apaixonada por isso que eles chamam de Nova Fórmula 1. Acho a idéia de não poder colocar combustível muito boa e as trocas de pneus vão modificar muito a lógica das paradas como conhecíamos até então. Fórmula 1 é um esporte de nerd, de bastidor, de engenheiro. O melhor carro ganha. Fato. Então eu acho muito válido adotar essas medidas que estimulem a competição “de braço”, que incentive os pilotos a se agredirem mais, a partirem para cima. A estratégia da equipe, parar na hora certa, um pit-stop bem feito, tudo isso é muito interessante e muito emocionante, concordo. Mas a ultrapassem é o gol da corrida! É ela que enche os olhos. E quanto mais incentivada, mais pegas dentro das pistas e mais divertido fica. Daí também a mudança nas pontuações. Demorei um pouco a formular uma opinião, mas eu até que gostei. Ainda defendo que a diferença do vencedor pro segundo lugar devia ser ainda maior, que a vitória tinha que ser super valorizada, mas como está já está bom.

Hoje, no Bahrein tivemos uma corrida muito interessante. E muito emocionante também. E, para mim, que sou SUPER FÃ do Fernando Alonso, uma corrida bem feliz. A largada já foi linda, e eu fiquei bem satisfeita de ver o Alonso agressivo, pegando a posição do Massa. Vettel é um ótimo piloto, conseguiu se sair relativamente bem do problema com o carro e eu torci muito para que ele conseguisse pódio. Também achei que a BLABLABLA de Hamilton podia ter ousado um pouquinho, acreditado antes e preparar um ataque do inglês ao Brasileiro. Acho que Massa nunca dá conta do Hamilton no mano a mano. Fato.

Quantos aos carros, tirando a Lotus conseguir que seus dois carros completassem a corrida (alegria!) acho que a superioridade da Ferrari não surpreendeu ninguém, mas acho que a RBR decepcionou um pouquinho. Sei lá, esperava mais da estréia da Red Bull em 2010 e tava colocando muito fé nos carros dela. Mas o 4º lugar de Vettel (por causa dos pesares) e o 8º do Webber deixaram muito a desejar.

Quem sai feliz é a Ferrari que abriu a temporada com dobradinha. A exemplo do que aconteceu com Button e  Brawn no ano passado, correr no vácuo do outro neste começo de campeonato ainda é a melhor pedida.  A equipe que entra mais “quente” e consegue se aproveitar deste momento em que as outras ainda estão “frias” costuma colher bons resultados.

No caso da disputa pessoal entre os pilotos de vermelho, gostaria de expressar aqui minha indignação com a Rede Globo. Palhaçada. Para a Ferrari, o importante é vencer o Construtores e emplacar um de seus pilotos campeão. Não importa qual neste caso. Claro que vai acontecer de, mais pra frente, ela começar a beneficiar um deles, é da política da equipe, mas o nome de quem vai ser o beneficiado está começando a ser escrito agora. Este ano eu acredito, de verdade, que não havia favoritismo e Felipe e Alonso começaram em pé de igualdade.  Alonso se mostrou superior. Deu pra ver isso claramente na largada. (Massa comemorou demais largar na frente, alguém devia ter contado pra ele que treino é treino e jogo é jogo). Fernando Alonso deu um importante passo rumo ao posto de primeiro piloto (que existe, né, gente? Vamos ser realistas) vencendo a primeira corrida na escuderia – mesmo tendo largado atrás do companheiro de equipe – e os benefícios que ele vier a receber estarão sempre ligados ao mérito que ele teve nos primeiros passos da campeonato.

Além de tudo: é LINDO!


Ah, e só pra terminar, Shumacher pode até ter terminado em 6º, mas definitivamente, não dá pra dizer que ele foi um mero coadjuvante nesta estréia. 

O filme do Oscar

Guerra ao Terror 
The Hurt Locker
EUA, 2009

Eu me lembro que, quando assisti Fomos Heróis (do Mel Gibson) fiz uma promessa solene: nunca mais assistiria a filmes de guerra. Mais pra frente me esqueci disso e comecei a assistir Falcão Negro em Perigo e, com uns 15 minutos de filme, me lembrei da promessa e de porque eu havia prometido: a vida já tem percalços demais e eu já sofro por um tanto de coisas. Não preciso sofrer também no momento de entretenimento que é ver um filme, né? Não, não gosto de filmes de guerra, obrigada.
 
E de repente, no ano que Avatar revoluciona o cinema, um filme de Guerra rouba a cena. E o Oscar. Essa foi a história de como eu quebrei a promessa e voltei a ver filmes de guerra.
 
O que me irrita neste gênero é sempre o excesso de parcialidade. Não falo só em ter um lado bonzinho (ou, os Estados unidos da América) e um lado malvado (Alemanha nazista, Vietnã, etc. e tal). Falo mais. Há uma parcialidade muito grande na formação do caráter dos personagens. Existem os bons e os maus. Os que lutam pela pátria, para proteger o lar de seu filho pequeno e de sua doce e loira esposa que ficou na América e os que lutam por ganância ou pela perversão de cometer as atrocidades que a guerra permite. Em Guerra ao Terror os personagens são redondos. Possuem bem, mal, orgulho, medo, preguiça e motivações que se misturam e se revezam em suas cabeças e seus corações. Isso faz deste um filme diferente. Pela primeira vez ele não é pretensamente humanizado. Ele é, realmente, humanizado.
 
O que mais me encantou foi a direção. Acho que foi maravilhosamente orquestrado. O roteiro eu achei um pouco maçante, achei que faltou um pouco de criatividade e super acho que mesmo um filme como Guerra ao Terror comporta criatividade estrutural. Também gosto muito da direção de arte, acho que ficou um filme visualmente muito interessante. É bonito e, mesmo mostrando um espaço que já foi completamente dominado pelo clichê – os campos de batalha – o filme consegue construir uma Bagdá em guerra que chega quase a ser surpreendente.
 
Gostei. Não consegui achar a última bolacha do pacote, mas é um bom filme de guerra, o que é complicado. E o que eu acho mais interessante é que Kathryn Bigelow toca na ferida dos EUA em um momento tenso, mas não podemos dizer que ela foi dominada por um #filmesbrasileirosfeelings e se colocou a escancarar opiniões que destroem a imagem do país (como os Cidade de Deus e os Central do Brasil da vida), mas por outro lado, ela não deixou de fazer sua crítica política e humanitária mostrando que dá para ser engajado sem ser panfletário. E acho que é aí que Guerra ao Terror brilha e com mérito.

Heróis Crowenianos

 Jerry Maguire - A grande virada
Jerry Maguire
Eua, 1996

Mostrar ao um homem que a efemeridade do sucesso e transformá-lo, ás custas de muitas provações, em uma pessoa melhor é o trabalho de Cameron Crowe. Seja este homem um agente esportivo, um astro d rock, um filhinho de papai ou um design vaidoso (?) e workaholic, ele vai aprender sobre aquilo que devemos valorizar na vida e por uma razão em especial: por ser sólido. Nos filmes de Cameron Crowe, sucesso, fama, reconhecimento e até a realização de certos sonhos nada mais são que alegrias frágeis, passiveis de serem rompidas a qualquer momento. Ao passo que é no encontro com si mesmo e com o outro (e estamos falando aqui de amor, de respeito, de união tanto consigo mesmo quanto com aqueles que o cercam) que se estabelece a felicidade que é duradoura, eterna e, por isso, realmente importante.
 
Jerry Maguire se encontra consigo mesmo, ele se conhece e se reconhece e é nisso que constitui a “grande virada” mencionada pelo (famigerado) subtítulo da versão brasileira. Ele vai se tornar um novo homem quando se depara com a nova vida que passa a ter diante de si, quando todos os seus sonhos se desmoronarem, ele vai conseguir, das cinzas, construir uma nova e diferente vida. O roteiro é maravilhosamente redondo, a história, de uma fofura sem igual. Gosto do Tom Cruise. Acho que ele é bom para interpretar esses tipos de sucesso que freqüentam o inferno antes da grade virada.
 
Bom, em Jerry Maguire falta aquilo que mais me encanta nos filmes de Crown: a trilha sonora deixa muito a desejar. Neste filme, a música não é mais um personagem (como acontece em Quase Famosos, Vanilla Sky e Elizabethtown), e chega a passar batida. Uma pena. Mas há um compensação bastante que satisfatória que é...
O Ray! A melhor criança da história do cinema!
 
Definitivamente, eu amo o Cameron Crowe!

sexta-feira, 12 de março de 2010

Na Natureza Humana

Na Natureza Selvagem
Into the Wild
Eua, 2007

Na Natureza Selvagem é muito mais que um filme, é uma experiência sensível. Um filme que vai interagir com quem assiste capturando os olhos, os ouvidos e, justamente no somatório disso tudo, o coração.
 
A história do jovem Christopher McCandless tinha tudo para ser chata. Grosso modo, fala da aventura de um jovem de classe média alta que rompe com a família e com a vida que tem para correr mundo em busca de liberdade. Seu objetivo passa a ser o auto-conhecimento e ele resolve então partir para a maior experiência de sua vida: uma existência totalmente solitária e isolada no Alasca. Em momento algum ele se assemelha a um rebelde sem causa ou a um insatisfeito crônico. Ele é tão coerente e tão independente do mundo na sua busca que em momento algum ele se passa por mais um garoto rebelde.
 
Mas contar esta história poderia ter sido uma tarefa chata, muito chata. Não foi. A fragmentação do roteiro e a narração da irmã de Christopher vão dar ao filme um ritmo muito bom. Além disso, é embalado por uma trilha sonora sensacional e por paisagens de uma beleza extremamente melancólica, assim como a voz do Eddie Vedder. Casamento perfeito. Na Natureza Selvagem é um filme que conduz e conduz para dentro. Daí ele se tornar tão especial para tanta gente. É o filme de alma, ou antes, de tudo o que é jovem e essencialmente nobre e bom em uma alma humana.
 
***Spoiler***
Duas coisas que eu queria dizer sobre a história ou as duas lições que eu tirei dela:
1.    O destino de Christopher mostra que todo mundo que leva a vida a ferro e fogo acaba morrendo sozinho e de uma morte suficientemente lenta para que dê tempo de se pensar em todas as concessões não feitas e em toda a flexibilidade não praticada. Concordo demais. Mas não estou com saúde para pensar se trata-se de uma morte feliz ou infeliz.
2.    O último pensamento de Christopher: tratar as coisas pelo seu verdadeiro nome, é uma lição que a gente deveria aprender assim que sai da barriga da mãe. Tratar as coisas por seu nome, mesmo que esse nome pareça exótico, inadequado, precipitado, - trate as coisas pelo verdadeiro nome delas! Nada de apelidos ou pseudônimos! Coragem para aceitar o que elas são e arcar com conseqüências, que é, inclusive, outro mensagem bem forte neste filme.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Gênio Principiante

A revoada: o enterro do Diabo
Gabriel García Márquez, 1955

Como eu digo, amo o Gabriel García Márquez porque ele escrever melhor que o Saramago. Volta e meia tenho para mim que ele escreve melhor que todo mundo do mundo.
 
A Revoada é um ótimo livro, mas prova que nem o gênio nasceu maduro. Mas por outro lado, a Revoada vai deixar muito claro o que será o trabalho do autor dali para frente. Ainda meio sem consistência, o texto transita naquele espaço entre a prosa e a poesia e, como será sempre dali para frente, o conteúdo é coadjuvante onde a forma protagoniza.
 
A história se passa em Mocondo, onde a família Buendía viveria seus cem anos de solidão, e narra a tarde em que o Doutor, figura mais odiada do vilarejo, se mata. Ficamos com o que se passa na cabeça do Coronel, que anos atrás acolheu o morto em sua casa e que o manteve até que ele engravidasse sua filha adotiva. Também temos o que pensa a filha legítima do coronel que não se lembra do tempo que aquele homem conviveu em sua casa, mas que se lembra da irmã adotiva e do que ela se tornou depois de viver com aquele homem que agora morreu. Além do neto do cronel, garoto que nunca tinha visto um morto antes.
 
Um livro bonito, de construções mentais – que te convida a construir personagens a partir daquilo que recordam deles – e que tem toda aquela poesia.
 
É estranho ler A Revoada depois de ter lido mais Gabriel García Márquez. Mas é legal perceber que a consistência, que é a característica mais brilhante do autor (que é etéreo e consistente ao mesmo tempo) vai surgindo com o tempo.

Pearl Jam (COLUNA) A melhor banda de todos os tempos da última semana


Essa coluna vem para falar das minhas modinhas musicais. Funciono assim com música. Modinhas. Vez ou outra eu invento de gostar de alguma coisa e aí fico ouvindo só aquilo te enjoar e trocar de modinha.
 
Então. Vamos à modinha atual: Pearl Jam.
 
Se eu gosto de Pearl Jam? Então... Complicado. Gosto de Last Kiss, assim, a resposta deveria ser não, não gosto de Pearl Jam. Porque é o que diz a lenda: gostar de Last Kiss significa que não gosta da banda. Mas receio que eu goste.
 
Não há nenhum CD que me agrade por inteiro. Não coloco nenhum e ouço inteiro. Acho o Ten o melhor, mas ainda assim ele tem músicas que não me agradam. Por outro lado, pegando toda a discografia da banda, devo tirar umas 30 músicas. Mas aí, essas 30 músicas eu AMO! Mas amo muito mesmo. Alive, Better Man e Daughter são as novas músicas da vida. E tem também Man of the hour e a própria Last Kiss, além da tradicional Black que são ótimas. E Bugs, uma música muito exótica. 

Então, neste momento da minha vida, eu digo que SIM! Gosto de Pearl Jam. Especialmente da voz do Eddie Vedder, que é muito bonita e triste. Vamos ver até quando dura minha vibe grunge

Para os fortes, mas pra os fracos também

Onde os fracos não tem vez
No Country for Old Men
Eua, 2007

Alguém tinha me falado um coisa relevante sobre o filme antes de eu ver. Não lembrava de jeito nenhum o que era. Baixei e beleza, bora ver o filme que ganhou o Oscar.

Eu não tenho muito o que dizer sobre este filme. Eu curti, curti bastante até. Assim, eu nunca tinha visto nada dos irmãos Cohen. O filme tem um ritmo bastante próprio. Tem a lentidão de um faroeste, tem sangue como um filme de gangster e tem o Javier Bardem. Definitivamente ele não é um homem que me apetece. Sei lá, ele mais me inibe que qualquer outra coisa. Concordo muito com essa coisa de ele ser testosterona pura não. Mas neste filme ele faz um dos personagens mais interessantes que eu vi nos últimos tempos. O filme requer algum estômago e é muito exótico, mas é legal.

Vamos à história: um assassino muito frio e muito estranho caçando um sujeito que, por um (in)feliz acaso, encontra uma fortuna que pertence ao matador que está disposta a tudo para reaver sua fortuna. Enquanto isso, tudo que o xerife interpretado pelo Tommy Lee Jones quer prender o assassino antes que mais gente morra.

O roteiro não te dá todas as informações que existe, é o que eu sinto. Parece que contam uma história como se nós, que vamos ouvi-la, conhecêssemos uma série de fatos que a gente não conhece. A atmosfera em torno é bem estranha. Mas eu achei bem legal.

Aí, quando o filme terminou, eu lembrei o que foi que me disseram antes de eu assistir.  Tem a ver com o final. Não vou contar, nem com spoiller, porque é legal assistir com essa expectativa maluca.

Uníssono

Babel
Babel
Eua, 2006

Quando você lê Alejandro González-Iñárritu e se lembra de Amores Brutos ou de 21 Gramas, você já vai para Babel com o coração pesado, certo? Pois é, mais um filme de pesar o coração.
 
Na tela, drama. Do lado de cá, sentado no sofá, comendo a pipoca quentinha, assistimos ao drama dos irmãos marroquinos que provocam um desastre brincando com uma arma de fogo. 
Na tela, Cate Blanchett (linda!) se contorce de dor e do lado de cá podemos sentir todo o medo que aquela personagem sente e que inocula em seu marido que não pode fazer nada além de se desesperar. Será que conseguimos assistir aos espaços de solidão da jovem japonesa que perde a calcinha e a cabeça sem participar dele? E conhecendo o diretor e as coisas que ele já fez aos outros personagens, é possível aliviar de algum modo a tensão que dividimos com a babá mexicana e seus meninos?
 
Um fato longínquo e os desdobramentos que ele tem ligando pessoas em vários lugares do mundo (uma vibe meio Crash) em um filme onde o tema seria a falha de comunicação. Mas eu vejo Babel como um uníssono. Em diversas linguagens, de diversas maneiras – cada um com a sua – os personagens estão todos falando do mesmo lugar: da solidão. Por mais diferentes que sejam os dramas, o que motiva todos eles é o medo de ficar sozinho, o medo de deixar sozinho... Seja o marido que não quer perder a mulher, ou a mulher que não quer perder a si mesma. Seja o irmão que não quer ser menos por não ser mais velho ou o irmão que, sendo mis velho, não quer perder amor e atenção para aquele que se esforça para tirar um atraso. A japonesa e o policial, a mexicana e o desespero: você precisa ir atrás deles, eles não podem ficar lá sozinhos.
 
Sim, Babel tem muito de angústia e não, ele não te alivia no final. Ele é angústia o tempo todo. Mas é lindo, e eu amei.  

Baixa mesmo.

Cidade Baixa
Cidade Baixa
Brasil, 2005

Quando eu era pequena, meus pai e minha mãe não me deixavam ver filmes nacionais. Acavam que filme brasileiro era sinônimo de sexo, sexo e mais sexo. Nasci no fim da década de 80, eles têm os motivos deles.
Quando chegou minha vez de formar minha opinião sobre cinema nacional, acabei associando a Guel Arraes. Talvez porque nunca tive coragem de ver os clássicos como Cidade de Deus e Carandiru (vou mudar isso logo, logo, prometo).

Mas quando eu vejo um filme como Cidade Baixa, sempre recordo o preconceito que meus pais têm com o cinema nacional. Sério, eu devia ter contado quantas vezes a palavra porra foi repetida. Em praticamente todas as frases. Um excesso irritante que deixa a coisa tão forçada, que todo o resto parece forçado também. Um elenco muito bom faz um filme que, se quis ser um filme forte, interessante ou coisa assim, falhou feio.
Conta a  história de dois amigos de longa data que se apaixonam pela mesma mulher (inédito!), uma prostituta interesseira que no começo parece estar testando as possibilidades de vantagem sobre os moços, mas que depois acaba revelando uma certa perversão em enlouquecer os dois amigos. Palavrão e sexo, sexo e palavrão. E só. Não me venha falar que a fotografia é linda, que retrata um cotidiano, que expressa a tradição de... Como eu já disse, se era a intenção, o objetivo se perdeu em um filme tão forçado.

Aliás, minto. Se você acha um cara tudo de bom e fica com nojinho dele, isso significa que o cara é um ótimo ator? Porque se sim, parabéns Wagner Moura, você é um grande ator. Eu acho. Curto muito. Capitão Nascimento foi um personagem bacana e tal, mas neste filme, o personagem dele me deu nojo. E a Alice Braga é boa atriz, né? Não demora ela estar aí mandando beijo pro Maneco ou pro Gilberto Braga e fazendo uma personagem pseudocomplexa em uma novela das oito...

Procurando um Defeito

Procurando Nemo
Finding Nemo
Eua, 2003

Já vi Procurando Nemo mil vezes. Resolvi ver a milésima primeira vez com um objetivo bem definido: encontrar um defeito. Não vou fazer suspense não: não achei!
Primeiro porque o roteiro é perfeito. Começa bem nos valores diluídos e reproduzidos pela história. Procurando Nemo valoriza o respeito à sabedoria do mais velho: Nemo desobedece o pai e se dá mal. Mas por outro lado, o filme nos mostra que a intransigência estimula rebeldias falidas. Como se não bastasse, temos a nadadeira pequenina do Nemo que mostra que a falta de coragem é a única deficiência que pode impedir um peixe de viver uma grande aventura. (nadadeira da sorte: lindo!)
A fotografia é mole de ser linda: o fundo do mar é lindo! E Procurando Nemo não desperdiça as cores e as criaturas exóticas que a qualidade técnica  das animações da Pixar reproduzem lindamente.
O humor de Procurando Nemo funciona, os personagens são realmente engrados (Dory, Crush, os peixes do aquário do dentista...) e a trilha, se não é genial (beijos, Up, te amo) tem aquela coisa de maresia que é deliciosa.
Nem do DVD eu vou poder falar mal. Aliás, ainda escrevo um post em homenagem ao hábito de consumir DVDs. Mas enfim, este DVD eu recomendo! Baratinho (o meu foi 12,99 nas Lojas Americanas), bem acabado (caixinha, arte do CD, etc) e além disso, o menu interativo consegue ser REALMENTE engraçado.

Tá-xI!

Táxi
Taxi
Eua, 204

Se você está louco para comer comida japonesa, que você adora, onde você prefere ir? A um ótimo restaurante japonês ou à praça de Alimentação de um Shopping? O que você pensa sobre pizza no Habibb´s? Diversidade é uma delícia, mas na hora de pensar em qualidade, especialização ainda é a melhor pedida (insira aqui sua crítica à soceidade que busca “Profissionais complestos” os famosos especialistas em porcaria nenhuma).
 
Todo esse blábláblá é para comentar a única coisa que este filme tem para ser comentado: Gisele Büdchen (que eu adoro!). Ela é uma modelo inclassificável, figura sozinha em uma categoria estrondosa, criado só para ela. Ela já é A MODELO, para que ser atriz?
 
Já vou começar defendendo a Gisele: vi o filme dublado. Aí a coisa já fica toda mais tosca, né? (auto defesa: a única forma de ver este filme é na Globo, domingo, na hora do almoço). Mas mesmo que não fosse, Taxi é uma exposição desnecessária em uma carreira brilhante. Não que os dotes de atriz de Gisele tenham sido muito requisitados (e quando foram, ela não correspondeu), mas as cenas sensuais e os momentos em que a única coisa que ela precisou fazer foi ser bonita, foram de uma falta de necessidade gritante.
 
No mais, o filme dispensa comentários: chato, bobo e cheio de uma graça sem graça. Insuportável. Tão ruim que nem Gisele salva.

segunda-feira, 1 de março de 2010

O problema era o verbo

O Cavaleiro Inexistente
Italo Calvino, 1959

Tudo começou com uma informação bombástica: como assim o Ítalo Calvino é CUBANO? Eu responderia, no Show do Milhão, valendo Um Milhão OU Trezentos Reais, que ele era italiano. Mas assim, ele é cubano que nem a Clarice Lispector é ucraniana, então você vai sempre encontrá-lo nas prateleiras de livros da Itália. Se essa informação era de conhecimento de todos, perdoem a efusividade. Sim, foi um parágrafo fútil, vamos seguir em frente!
 
Depois foi uma crise de riso! O Cavaleiro Inexistente possui momentos de um humor que beira sim o pastelão, mas que de certa forma me cativou. Quem estava perto viu minhas crises de riso. Rindo alto, até chorar... Não tem como não gostar de um livro que te faz ter uma crise de risos, né?
 
Acho que não tem mesmo muito como não gostar de um livro que tem uma história escrita por um pincel de genialidade como este. Um cavaleiro que não existe e não tem consciência disso, um louco que, não tendo consciência de si mesmo vive se confundindo com as coisas do mundo, uma mulher cavaleira que vive para correr atrás do amor do Cavaleiro Inexistente e é perseguida por um homem que vivia para perseguir o amor dela. E tem um personagem que chama Torrismundo. Sinto afeição por personagens chamados Torrismundos...
 
Mas apesar de tudo, tinha sempre uma pedrinha no caminho, que eu tinha dificuldade de identificar qual era. Mesmo com todos esses predicativos geradores de amor, acho que o que eu sentia era mais uma afeiçãozinha do que amor, amor de verdade. Aí comecei a tentar entender o porquê. Comparei com As Cosmicômicas, que eu quis achar divertido e não consegui. Mas no caso desse outro livro do Ítalo Calvino, concluí que não gostava porque não tinha conhecimento de física e astronomia para compreender o que ele queria dizer.
 
Mas eis que de repente, ficou claro! Descobri o que me incomodou, um detalhe tolinho que só vendo: o verbo! Ou antes, o tempo verbal! Definitivamente, tenho problemas com livros escritos no tempo presente, verbos no presente. Não me pergunte o motivo, mas descobri que é sempre assim. Sempre prefiro o pretérito perfeito...


Um filme, pouca história, muito assunto

O Amigo Oculto
Hide and Seek
EUA, 2005

Se eu tivesse uma filha bonitinha, fofinha e talentosa para as artes dramáticas, eu acho que eu não ousaria não deixar que ela trabalhasse na TV, ou no cinema, ou no teatro. Mas eu acho que como mãe (que eu ainda não sou, leia-se) eu ia meio que ficar de olho no que minha criança ia interpretar. Porque para ela interpretar, ela precisa viver aquilo e tem coisa que eu não sei se seria legal para uma criança viver. Essa discussão vem muito a calhar nessa coisa da menininha-monstro-da-novela-das-oito. Sério que eu fiquei um pouco perturbada quando assisti a um capítulo que termina com um diálogo entre a menina e a (chatíssima) protagonista Helena. Se antes, a pressão que a menina fazia sobre a patroa da mãe podia ser vista como uma forma de manifestação da inocência infantil, depois do capítulo onde a menina diz, com todas as letras “eu não tenho medo de você, você é que deveria ter medo de mim” deixa claro que a relação da criança com o fato é o de chantagem e jogo de interesses. Coisa de gente grande.
 
Terminando do a novela, a Dakota Fanning ainda pequenina, aparece na minha televisão. Sempre que penso em crianças e em filmes de terror/suspense eu lembro de ter lido uma matéria na Internet sobre que fim levou o ator que interpretou aquela criança macabra de O Iluminado. Não deu em grande coisa... Tornou-se professor de biologia em uma escola pública nos EUA, nunca mais fez um filme e nem gostava de falar sobre sua curta carreira de ator. E olha que na infância, ele não assistiu ao filme como ele é, e sim uma versão editada especialmente para ele, que fazia com o que o longa soasse apenas como um drama.
 
Voltando à Dakota, acho que existe uma grande diferença entre a menina que cuida de seu pai com retardo mental no fofíssimo I´m Sam e a menina que vê a mãe morta na banheira cheia de sangue ou que escreve com sangue nas cortinas do banheiro. A mesma menina que gravou um episódio de CSI onde toda a família é morta em uma chacina da qual apenas ela e a irmã sobrevivem e que foi motivada pelos abusos sexuais que a menina sofria do próprio pai. Não sei que filme é, mas Dakota gravou um a cena de estupro quando tinha 13 anos de idade...
Eu sei que crianças são um recurso discursivo muito interessante. Eu mesma costumo ficar terrivelmente perturbada com crianças medonhas (Oi, Samara!) mas eu me pergunto até onde participar desse tipo de produção não pode ter uma interferência negativa na formação da criança e se vale a pena correr o risco já que a motivação é apenas a de promover entretenimento para outrem. Sei lá, um bebê de 9 meses, por exemplo, que grava uma cena terrível, tipo de um incêndio, fica exposto a um momento de horror: pessoas gritando, correndo, o choro, o fogo... A criança está segura, nada de mal vai acontecer a ela, mas naquele contexto, ela não entende que aquilo é ficção. Dá para garantir que ela não vá gravar aquilo na memória? Eu sei, não sou psicóloga, nem sou mãe, nem tenho uma opinião muito forte formada sobre isso não. Só estou divagando...
 
Até porque, sobre o filme em si não tem nada para falar. Ele é só mais um. Igual a todos os outros do tipo. Sem graça, sem sal, sem tensão. Um enredo fraco, desenrolado fracamente e com um final terrivelmente previsível, bobo e incoerente. Um filme bem chato, inclusive. Um desperdício a Robert De Niro, ator que muito me grada mas que faz melhor dedicando seu tempo a umas coisas como Entrando numa Fria (hauahauha sério!)

Isso sim é comédia Romântica!

Casamento Grego
My Big Fat Greek Wedding
EUA, 2004

Já disse que o fato de eu AMAR (500)Dias com Ela e morrer defendendo que este é um filme que é mais que uma simples comédia romântica não deve ser interpretado como alguma implicância contra as comédias românticas. Não é o caso. Mesmo!
 
Casamento grego! Sempre que passa na televisão, assisto sorridente. Acho muito engraçadinho e muito bonitinho. É sempre bom ver o amor vencendo estereótipos tão rígidos como o da beleza, é bom ver um amor cheio de tolerância, é bom  ver que existe um amor que é altruísta e estranho, mas é forte demais, como o amor familiar. É bom assistir a este tipo de coisa na TV, seja para descansar da realidade dura da vida (se você acredita que a vida é dura) ou para contemplar uma das maneiras como o amor pode bater na sua porta (se você é um romântico). Ou ainda, só para ocupar uma tarde a toa mesmo.
 
A história é de uma moça grega, Tula, que cresceu nos EUA sem que a família, no entanto, se desligasse dos costumes da terra natal. Depois de crescer se sentindo feia, estranha e rejeitada, Tula conhece um homem interessantemente americano e os dois se apaixonam. Mas para que eles possam ficar juntos, o rapaz vai ter que se inserir na realidade daquela família que soa tão estranha para ele, o que ele está disposto a fazer de bom grado, para poder ficar ao lado da mulher que ama.
 
O humor é de trapalhadas, bem pastelão mesmo, com direito a tombos e mal entendidos. Mas o discurso do pai da Tula no fim das contas tem qualquer coisa de comovente.

Tempos perdidos

Pulp Fiction - Tempo de Violência
Pulp Fiction
EUA, 1994

Perdi muito tempo da minha vida, tempo que eu ainda não havia visto Pulp Fiction, filme que sempre fui louca para ver. Valeu a pena esperar, com certeza!
 
Primeiro vou falar do que eu sinto pelos filmes do Tarantino. Acho que ele é o cara que consegue sempre me surpreender sem me irritar. Eu vivo batendo na tecla de que não gosto de reviravoltas. Mas de surpresa boa todo mundo gosta. E os filmes do Tarantino são cheios delas. Seja pela trilha sonora que, quando você menos espera, vem com uma música que cai como uma luva embora fosse a última que você pensaria em colocar ali. Gosto da trilha de Pulp Fiction demais. Uma Thurmam (será que eu preciso escrever mais uma parágrafo pra ela, para deixar aqui registrado o quanto eu a amo?) cantando e dando uma dançadinhas enquanto John Travolta tem toda uma conversa interior no banheiro é uma cena antológica. Gosto muito. Também me agrada o modo como a história se desenvolve: praticamente casos isolados, pequenas histórias individuais. Qualquer núcleo resistira sozinho. Depois eles vão se unir e aí, o fio que vai juntar tudo é um fio que surpreende muito mais na forma do que no conteúdo, logo, adoro!
 
Gosto dos personagens. Por um momento achei que o John Travolta podia trocar de personagem com o Bruce Willis, mas depois me dei conta de que seria uma péssima idéia. E, de verdade, um filme que tem a Mia Wallace, já tem 70% do sucesso garantido!
 
Mas, porém, contudo, todavia... tenho que confessar que eu prefiro Kill Bill. Porque como diria Budd Sheldon “Aquela mulher merece a sua vingança”. Em Kill Bill a matança desenfreada e o excesso de violência possuem uma raiz de justiça. Em Pulp Fiction a violência tem qualquer coisa de gratuita. Sim, as pessoas se estraçalham cada uma por um motivo, mas nenhum parece tão justo e compreensível como o de Beatrix Kiddo...
 
E só pra fechar, Bastardos inglórios é muito mais sensacional que Pulp Fiction e até mesmo que Kill Bill.




Porque eu sou mais uma comédia romântica

(500) Dias com Ela
(500) Days of Summer)
EUA, 2009

** Cheio de Spoiller! Só para quem já viu ou não se importa de saber o final**

(500)Dias com ela ganhou um status meio psicopata na minha vida. Fale da minha mãe, mas não falem mal dele. Então, como eu já falei dele lá no Placebo quando eu assisti no cinema, vou dedicar este post a explicar porque eu não acho que trata-se de uma comédia romântica comum. Sim, é uma comédia romântica, você pode chamá-la assim, mas não está diante de mais um filminho bobildo e meloso porque...
1. Não se trata de um filme convencional início-meio e fim como os hits para adolescentes. O filme pica os 500 dias em um formato muito interessante e vai dando pistas com aquela arvorezinha fofa que aparece entre um dia e outro. Quando você vê o filme mais de uma vez, ou, se parar com atenção e montar a cronologia na cabeça, dá pra ver como a história se desenrolou de uma forma pertinente
2. Ele não tem medo do piegas! Se fosse um romance adolescente qualquer, ele teria toda uma preocupação em não ser piegas como os adolescentes costumam ser, porque não há nada mais desagradável do que reconhecer seu lado ridículo no cinema. (500) Dias com ela é piegas sem medo nenhum de ser feliz. Com direito a passarinho de animação e cena de musical. Esse momento de bobagem é de uma ousadia que só caberia em um filme que definitivamente não fosse bobo.
3. Ele não é nada obvio. Mesmo os personagens estereotipados clássicos dos filmes teens, como o amigo meio maluco do protagonista ou uma amizade meio bizarra com alguém, como a amiguinha do Tom, no caso deste filme, recebem uma conotação diferente e destinos diferentes. Tem uma cena em que o chefe e o melhor amigo do Tom gravam depoimentos para falar de suas companheiras que é simplesmente linda e que representa uma troca de linguagem muito sofisticada para uma comédia romântica bobinha.
4. Porque o roteiro da história é demasiado denso. Claro, você pode sentar e até ver um “viveram felizes para sempre” embora não seja um felizes para sempre assim muito tradicional. E você pode pensar que essa falta de tradicionalismo é a tendência. Mas se você quiser enxergar a riqueza da história, ela está lá. Talvez porque tenha materializado exatamente o que eu penso sobre o amor. Aquela conversa final entre a Summer e o Tom, onde ela diz que tudo o que ele havia dito sobre o amor o tempo todo estava certo... E ela estava ali, prova viva, confirmando toda aquela teoria que as comédias românticas vivem tentando comprovar e que parecem mentira, mas (500) Dias com ela mostra que não necessariamente são. Se fosse um pique esconde, este seria o filme que salvaria todos no final, que daria às comédias românticas água com açúcar uma razão de ser.
5. Porque a história é plausível demais para ser uma comédia romântica tolinha, normalmente, muito fantasiosa. Sim, minha gente, super plausível! 500 dias é MUITA COISA e dá sim, para tudo acontecer daquela forma que aconteceu. Pode acreditar na verossimilhança!
Só para constar, eu não tenha nada contra comédia romântica se ela for tolinha e despretensiosa. Só faço toda essa ressalva sobre este filme porque definitivamente, ele é uma coisa grande demais para ser visto com olhos de quem só enxerga o óbvio. Não caia nessa bobagem ou você perde a melhor parte!

Mead me entenderia...

Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos
Mujeres al Borde de un Ataque de Nervios
Espenha,1988

Adoro citar Mead, um teórico muito lido pela Comunicação que define o processo comunicativo por uma “troca simbólica reciprocamente referenciada”. Em alguns casos, gosto de usar esse argumento para definir uma coisa de que eu não gostei. Porque tem coisas de que eu não gosto porque elas parecem não dizer nada para mim.

Mulheres à beira de um ataque de nervos foi minha estréia em Pedro Almodovar. Sempre tive curiosidade de conferir o trabalho dele muito por aquilo de que a gente sabe quem é o Wood Allen, o Tarantino, o Spilberg e o Almodovar, e do Almodovar eu só conhecia a fama das cores. E receio que tenha sido a única coisa que eu tenha gostado neste filme.

A história é meio bizarra, dessas que a gente não consegue traçar um início meio e fim, mas grosso modo podemos dizer que é a história de uma mulher que precisa desesperadamente falar com o amante que a deixou, mas que não consegue por uma série de percalços que incluem eventos muito, muito loucos.

Não consegui entrar naquele universo. Achei muito bonito, uma cores muito bacanas, sempre muito fortes, umas tomadas bem interessantes e tudo. Mas aqueles figurinos anos 80 (justos, eu sei) e as situações tão insólitas me deixaram terrivelmente incomodada. Acredito que deve ter havido uma falha de comunicação entre Patrícia e filme porque, depois, conversando com o meu amigo que me passou o torrent, eu até consegui ver alguma graça naquilo que antes simplesmente não fazia sentido algum pra mim.

Ainda pretendo ver mais filmes do Almodovar. Vou tentar alguns mais recentes porque confesso que o Antônio Bandeiras naquela juventude toda me perturbou um pouquinho também. Aguardem novos pitacos sobre o tema!