"não sou um intelectual, escrevo com o corpo."
Clarice Lispector

quinta-feira, 11 de março de 2010

Baixa mesmo.

Cidade Baixa
Cidade Baixa
Brasil, 2005

Quando eu era pequena, meus pai e minha mãe não me deixavam ver filmes nacionais. Acavam que filme brasileiro era sinônimo de sexo, sexo e mais sexo. Nasci no fim da década de 80, eles têm os motivos deles.
Quando chegou minha vez de formar minha opinião sobre cinema nacional, acabei associando a Guel Arraes. Talvez porque nunca tive coragem de ver os clássicos como Cidade de Deus e Carandiru (vou mudar isso logo, logo, prometo).

Mas quando eu vejo um filme como Cidade Baixa, sempre recordo o preconceito que meus pais têm com o cinema nacional. Sério, eu devia ter contado quantas vezes a palavra porra foi repetida. Em praticamente todas as frases. Um excesso irritante que deixa a coisa tão forçada, que todo o resto parece forçado também. Um elenco muito bom faz um filme que, se quis ser um filme forte, interessante ou coisa assim, falhou feio.
Conta a  história de dois amigos de longa data que se apaixonam pela mesma mulher (inédito!), uma prostituta interesseira que no começo parece estar testando as possibilidades de vantagem sobre os moços, mas que depois acaba revelando uma certa perversão em enlouquecer os dois amigos. Palavrão e sexo, sexo e palavrão. E só. Não me venha falar que a fotografia é linda, que retrata um cotidiano, que expressa a tradição de... Como eu já disse, se era a intenção, o objetivo se perdeu em um filme tão forçado.

Aliás, minto. Se você acha um cara tudo de bom e fica com nojinho dele, isso significa que o cara é um ótimo ator? Porque se sim, parabéns Wagner Moura, você é um grande ator. Eu acho. Curto muito. Capitão Nascimento foi um personagem bacana e tal, mas neste filme, o personagem dele me deu nojo. E a Alice Braga é boa atriz, né? Não demora ela estar aí mandando beijo pro Maneco ou pro Gilberto Braga e fazendo uma personagem pseudocomplexa em uma novela das oito...

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