(500) Dias com Ela
(500) Days of Summer)
EUA, 2009
** Cheio de Spoiller! Só para quem já viu ou não se importa de saber o final**
(500)Dias com ela ganhou um status meio psicopata na minha vida. Fale da minha mãe, mas não falem mal dele. Então, como
eu já falei dele lá no Placebo quando eu assisti no cinema, vou dedicar este post a explicar porque eu não acho que trata-se de uma comédia romântica comum. Sim, é uma comédia romântica, você pode chamá-la assim, mas não está diante de mais um filminho bobildo e meloso porque...
1. Não se trata de um filme convencional início-meio e fim como os hits para adolescentes. O filme pica os 500 dias em um formato muito interessante e vai dando pistas com aquela arvorezinha fofa que aparece entre um dia e outro. Quando você vê o filme mais de uma vez, ou, se parar com atenção e montar a cronologia na cabeça, dá pra ver como a história se desenrolou de uma forma pertinente
2. Ele não tem medo do piegas! Se fosse um romance adolescente qualquer, ele teria toda uma preocupação em não ser piegas como os adolescentes costumam ser, porque não há nada mais desagradável do que reconhecer seu lado ridículo no cinema. (500) Dias com ela é piegas sem medo nenhum de ser feliz. Com direito a passarinho de animação e cena de musical. Esse momento de bobagem é de uma ousadia que só caberia em um filme que definitivamente não fosse bobo.
3. Ele não é nada obvio. Mesmo os personagens estereotipados clássicos dos filmes teens, como o amigo meio maluco do protagonista ou uma amizade meio bizarra com alguém, como a amiguinha do Tom, no caso deste filme, recebem uma conotação diferente e destinos diferentes. Tem uma cena em que o chefe e o melhor amigo do Tom gravam depoimentos para falar de suas companheiras que é simplesmente linda e que representa uma troca de linguagem muito sofisticada para uma comédia romântica bobinha.
4. Porque o roteiro da história é demasiado denso. Claro, você pode sentar e até ver um “viveram felizes para sempre” embora não seja um felizes para sempre assim muito tradicional. E você pode pensar que essa falta de tradicionalismo é a tendência. Mas se você quiser enxergar a riqueza da história, ela está lá. Talvez porque tenha materializado exatamente o que eu penso sobre o amor. Aquela conversa final entre a Summer e o Tom, onde ela diz que tudo o que ele havia dito sobre o amor o tempo todo estava certo... E ela estava ali, prova viva, confirmando toda aquela teoria que as comédias românticas vivem tentando comprovar e que parecem mentira, mas (500) Dias com ela mostra que não necessariamente são. Se fosse um pique esconde, este seria o filme que salvaria todos no final, que daria às comédias românticas água com açúcar uma razão de ser.
5. Porque a história é plausível demais para ser uma comédia romântica tolinha, normalmente, muito fantasiosa. Sim, minha gente, super plausível! 500 dias é MUITA COISA e dá sim, para tudo acontecer daquela forma que aconteceu. Pode acreditar na verossimilhança!
Só para constar, eu não tenha nada contra comédia romântica se ela for tolinha e despretensiosa. Só faço toda essa ressalva sobre este filme porque definitivamente, ele é uma coisa grande demais para ser visto com olhos de quem só enxerga o óbvio. Não caia nessa bobagem ou você perde a melhor parte!
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