"não sou um intelectual, escrevo com o corpo."
Clarice Lispector

domingo, 14 de março de 2010

O filme do Oscar

Guerra ao Terror 
The Hurt Locker
EUA, 2009

Eu me lembro que, quando assisti Fomos Heróis (do Mel Gibson) fiz uma promessa solene: nunca mais assistiria a filmes de guerra. Mais pra frente me esqueci disso e comecei a assistir Falcão Negro em Perigo e, com uns 15 minutos de filme, me lembrei da promessa e de porque eu havia prometido: a vida já tem percalços demais e eu já sofro por um tanto de coisas. Não preciso sofrer também no momento de entretenimento que é ver um filme, né? Não, não gosto de filmes de guerra, obrigada.
 
E de repente, no ano que Avatar revoluciona o cinema, um filme de Guerra rouba a cena. E o Oscar. Essa foi a história de como eu quebrei a promessa e voltei a ver filmes de guerra.
 
O que me irrita neste gênero é sempre o excesso de parcialidade. Não falo só em ter um lado bonzinho (ou, os Estados unidos da América) e um lado malvado (Alemanha nazista, Vietnã, etc. e tal). Falo mais. Há uma parcialidade muito grande na formação do caráter dos personagens. Existem os bons e os maus. Os que lutam pela pátria, para proteger o lar de seu filho pequeno e de sua doce e loira esposa que ficou na América e os que lutam por ganância ou pela perversão de cometer as atrocidades que a guerra permite. Em Guerra ao Terror os personagens são redondos. Possuem bem, mal, orgulho, medo, preguiça e motivações que se misturam e se revezam em suas cabeças e seus corações. Isso faz deste um filme diferente. Pela primeira vez ele não é pretensamente humanizado. Ele é, realmente, humanizado.
 
O que mais me encantou foi a direção. Acho que foi maravilhosamente orquestrado. O roteiro eu achei um pouco maçante, achei que faltou um pouco de criatividade e super acho que mesmo um filme como Guerra ao Terror comporta criatividade estrutural. Também gosto muito da direção de arte, acho que ficou um filme visualmente muito interessante. É bonito e, mesmo mostrando um espaço que já foi completamente dominado pelo clichê – os campos de batalha – o filme consegue construir uma Bagdá em guerra que chega quase a ser surpreendente.
 
Gostei. Não consegui achar a última bolacha do pacote, mas é um bom filme de guerra, o que é complicado. E o que eu acho mais interessante é que Kathryn Bigelow toca na ferida dos EUA em um momento tenso, mas não podemos dizer que ela foi dominada por um #filmesbrasileirosfeelings e se colocou a escancarar opiniões que destroem a imagem do país (como os Cidade de Deus e os Central do Brasil da vida), mas por outro lado, ela não deixou de fazer sua crítica política e humanitária mostrando que dá para ser engajado sem ser panfletário. E acho que é aí que Guerra ao Terror brilha e com mérito.

2 comentários:

Lucas Amaral disse...

tocou no ponto, gacta: tudo pode ter criatividade estrutural...

Anônimo disse...

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