"não sou um intelectual, escrevo com o corpo."
Clarice Lispector

domingo, 14 de março de 2010

Heróis Crowenianos

 Jerry Maguire - A grande virada
Jerry Maguire
Eua, 1996

Mostrar ao um homem que a efemeridade do sucesso e transformá-lo, ás custas de muitas provações, em uma pessoa melhor é o trabalho de Cameron Crowe. Seja este homem um agente esportivo, um astro d rock, um filhinho de papai ou um design vaidoso (?) e workaholic, ele vai aprender sobre aquilo que devemos valorizar na vida e por uma razão em especial: por ser sólido. Nos filmes de Cameron Crowe, sucesso, fama, reconhecimento e até a realização de certos sonhos nada mais são que alegrias frágeis, passiveis de serem rompidas a qualquer momento. Ao passo que é no encontro com si mesmo e com o outro (e estamos falando aqui de amor, de respeito, de união tanto consigo mesmo quanto com aqueles que o cercam) que se estabelece a felicidade que é duradoura, eterna e, por isso, realmente importante.
 
Jerry Maguire se encontra consigo mesmo, ele se conhece e se reconhece e é nisso que constitui a “grande virada” mencionada pelo (famigerado) subtítulo da versão brasileira. Ele vai se tornar um novo homem quando se depara com a nova vida que passa a ter diante de si, quando todos os seus sonhos se desmoronarem, ele vai conseguir, das cinzas, construir uma nova e diferente vida. O roteiro é maravilhosamente redondo, a história, de uma fofura sem igual. Gosto do Tom Cruise. Acho que ele é bom para interpretar esses tipos de sucesso que freqüentam o inferno antes da grade virada.
 
Bom, em Jerry Maguire falta aquilo que mais me encanta nos filmes de Crown: a trilha sonora deixa muito a desejar. Neste filme, a música não é mais um personagem (como acontece em Quase Famosos, Vanilla Sky e Elizabethtown), e chega a passar batida. Uma pena. Mas há um compensação bastante que satisfatória que é...
O Ray! A melhor criança da história do cinema!
 
Definitivamente, eu amo o Cameron Crowe!

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